O pastor evangélico teria envolvimento no esquema e foi levado coercitivamente para depor. Ele é suspeito de lavar dinheiro para os criminosos
A operação desta sexta mira um esquema de corrupção que fraudava os valores de royalties de mineração (Rodrigues Pozzebom/)
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta sexta-feira a Operação Timóteo, que tenta desmontar um esquema de corrupção que fraudava os valores de royalties de mineração devidos por mineradoras a municípios, com a Vale entre as empresas prejudicadas. Há ações em onze Estados e no Distrito Federal. O pastor evangélico Silas Malafaia também teria envolvimento no esquema, que era utilizado para lavagem de dinheiro. A PF chegou a ir até a casa dele, no Rio de Janeiro, para cumprir um mandado de condução coercitiva, mas ele está em um hotel em São Paulo.
De acordo com o Estado de S. Paulo, Malafaia é suspeito de ajudar os criminosos que operavam o esquema a lavar dinheiro. O pastor é acusado de ter recebido dinheiro em seu escritório e posteriormente ter “emprestado” contas correntes de uma instituição religiosa sob sua influência com a intenção de ocultar a origem ilícita dos valores.
Em nota, a PF informa que, além das buscas, os 300 policiais federais envolvidos na ação também cumprem, por determinação da Justiça Federal, 29 conduções coercitivas, quatro mandados de prisão preventiva, doze mandados de prisão temporária, sequestro de três imóveis e bloqueio judicial de valores depositados que podem alcançar 70 milhões de reais.
O esquema envolvia a participação de um diretor do Departamento Nacional de Produção Mineral que abordava prefeitos para oferecer participação nos lucros da corrupção. O departamento é subordinado ao Ministério de Minas e Energia.
O nome da operação é referência a uma passagem do evangelho de Timóteo, parte da Bíblia. Segundo o livro, “aqueles que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição”.
(Com agência Reuters)
Malafaia acusa PF e Justiça de querer jogar sua reputação na lama
O pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, reagiu hoje à condução coercitiva feita pela Polícia Federal na operação Timóteo. A investigação apura um esquema de corrupção em cobranças judiciais de royalties da exploração mineral. Malafaia terá que prestar esclarecimentos sobre ter recebido valores do principal escritório de advocacia investigado no esquema.
A polícia esteve na casa do pastor na Barra da Tijuca, mas Malafaia está em um hotel de São Paulo. Ele já avisou à PF que vai se apresentar. Neste momento, grava um vídeo para espalhar sua defesa na internet. Um audio com as explicações do pastor para o caso já começaram a se espalhar pela internet. A VEJA, o pastor relatou:
– Há um tempo atrás recebi no meu escritório um membro da igreja do pastor Michael Aboud que queria trazer uma oferta. Um cheque de 100 000 reais foi depositado. Quer dizer agora que tenho que responder se membros de igreja são bandidos? Isso é um show pirotécnico para tentar me desmoralizar na opinião pública. Estão jogando a minha reputação na lama. Por que não me convocaram para depor? Eu não sou ladrão e não estou envolvido em corrupção. Recebi uma oferta declarada e só.
(por Thiago Prado)
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